1. Catequese é tema palpitante. A
comunidade da Igreja está em estado constante de catequese. Uma das figuras
mais importantes na vida de todos os dias de nossas paróquias e dioceses é,
certamente, a do catequista. Aproximamo-nos deles e delas com imenso
reconhecimento e respeito. Crianças, jovens e adultos, na comunidade cristã,
sempre recebem e poderão receber o serviço alegre que lhes é prestado por esses
que chamamos de catequistas. Estes são pessoas imprescindíveis no momento atual
do mundo e da Igreja. Inspirados no Diretório Geral para a Catequese (1997)
queremos elencar alguns tipos de catequistas.
2. Antes de mais nada, devemos dizer
que não se pode improvisar o ministério do catequista. Ninguém pode ousar
assumir esse serviço sem algumas qualidades e prendas mínimas. Pode-se dizer
que o catequista é um vocacionado. Experimenta dentro de seu coração o desejo
de tornar conhecido e amado Cristo Jesus. Ninguém se arvora em catequista sem
frequentar a Palavra de Deus e sem amar profundamente o Mestre e os
catequizandos. O catequista é apaixonado por Cristo e apaixonado por toda
pessoa humana.
3. “A vocação do leigo à catequese
tem origem no sacramento do batismo e se fortalece pela confirmação,
sacramentos mediante os quais ele participa do ministério sacerdotal, profético
e real de Cristo. Além da vocação comum ao apostolado, alguns leigos sentem-se
chamados interiormente por Deus, a assumirem tarefa de catequistas. A Igreja
suscita e distingue esta vocação divina, e lhe confere a missão de catequizar.
Desta forma, o Senhor Jesus convida homens e mulheres, de uma maneira especial,
a segui-lo, mestre e formador dos discípulos. Este chamado pessoal de Jesus
Cristo e a relação com ele são o verdadeiro motor da ação do catequista. ‘É
deste conhecimento amoroso de Cristo que jorra o desejo de anuncia-lo, de evangelizar, e
de levar outros ao “sim” da fé em Jesus Cristo” (n. 231).
4. “Sentir-se chamado a ser
catequista e a receber da Igreja a missão de fazê-lo pode adquirir, de fato,
diversos graus de dedicação, segundo a características de cada um. Às vezes, o
catequista pode colaborar com o serviço da catequese por um período limitado da
vida, ou até mesmo simplesmente de maneira ocasional; apesar disso trata-se de
um serviço e de uma colaboração preciosos. A importância do ministério da
catequese, todavia, aconselha que na diocese, exista um certo número de
religiosos e leigos estável e generosamente dedicado à catequese, reconhecido
publicamente, os quais, em comunhão com os sacerdotes e o bispo, contribuem a
dar esse serviço diocesano, a configuração eclesial que lhe é própria” (n.
231). Na verdade, esses homens e mulheres, tão dedicados, tão fiéis, tão
importantes na missão da Igreja merecem receber oficialmente o serviço de catequistas.
5. E elencamos, segundo o Diretório
de Catequese, os diversos tipos de catequistas hoje necessários:
catequistas em território de missão:
homens e mulheres que não são somente catequistas, mas animadores das comunidades,
visitam as famílias, amam o povo, sobretudo devido à ausência de clero;
catequistas das grandes cidades: pais
e mães sem fé ou sem condições de preparar os filhos, catequistas corajosos que
se dedicam e amam esses todos das grandes cidades;
nas situações dos países de tradição
cristão que requerem uma nova evangelização, a figura do catequistas de jovens
e de adultos tornam-se imprescindíveis para animar a catequese de iniciação;
continua a ser basilar a figura do
catequista das crianças e dos adolescentes, ao qual cabe a delicada missão de
oferecer as primeiras noções do catecismo e a preparação para o sacramento da
reconciliação, para a primeira comunhão e confirmação; esta tarefa é ainda mais
urgente no momento em que vemos o esfacelamento de nossas famílias;
um tipo de catequista que é preciso
formar é o catequista para os encontros pré-matrimoniais, catequista destinado
ao mundo dos adultos por ocasião do batismo ou primeira comunhão dos filhos, ou
por ocasião do sacramento do matrimônio; é uma tarefa que tem em si uma
originalidade própria, na qual confluem o acolhimento, o primeiro anúncio e a
oportunidade de tornar-se companheiro de viagem na busca da fé;
outros tipos de catequistas exigidos
por setores de especial sensibilidade: pessoas da terceira idade, que
necessitam de uma apresentação do Evangelho adaptado às suas condições; os
migrantes e a pessoas marginalizadas; as pessoas excepcionais;
catequistas para outras situações
existenciais e cristãs que possam surgir.
No seio da Igreja desde sempre
despontou como figura de proa a pessoa do catequista. Se de um lado fazemos com
ardor promoção em benefício da promoção vocacional do sacerdote ministerial,
não podemos deixar de valorizar (e muito) figura do catequista leigo ( também
de modo particular das religiosas). À guisa de conclusão, apenas umas poucas
insistências:
os catequistas precisam ter vocação
para esse ministério: há um trabalho de discernimento a ser feito;
ninguém é catequista a seu
bel-prazer: ele é chamado e convocado;
não se trata apenas do ministério do
catequista de crianças em vista do sacramentos: será preciso ir além do
sacramentalismo;
o catequistas hoje se insere numa
Igreja em diálogo, num tempo em que é preciso fazer uma nova iniciação cristã;
leigos catequistas vivendo no coração
da família, das transformações culturais delicadas, de modo especial no seio da
família, são pessoas mais habilitadas a serem formadores da fé;
os catequistas haverão de estar
estado de formação permanente: sacerdotes e religiosos muito bem farão
trabalhando dedicadamente na formação dos catequistas.
Terminamos este texto com algumas
linhas de Gilles Routhier. O autor, na revista Lumen Vitae, de Bruxelas,
escreveu artigo com o título L’Église comme catéchiste ( n. 3
– 2010, p. 247-258). Faz considerações a respeito de uma possível instituição
do ministério do catequista. Nas últimas linhas lemos: “Promover catequistas,
numa Igreja, é promover uma Igreja como um corpo com numerosos e variados
membros, Igreja como sujeito único do encargo profético, uma Igreja de sujeitos
ativos. Não se trata de uma operação partindo da lógica da eficiência ou da boa
organização, mas uma ação que um fundamento propriamente eclesiológico. Promover
catequistas implica em formá-los, ampará-los, reconhecer e instituir num ofício
(cargo) ou ministério os que exercem responsabilidades estruturantes. Conferir
o ofício ou a instituição do ministério de catequeta não é uma iniciativa que
visa valorizar as pessoas e sua atividade, muito menos ainda atender a uma
reivindicação. Trata-se de verdadeira contribuição na linha da construção da
Igreja e de reconhecimento do Espírito em sua Igreja”.
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