A festa do Batismo de Jesus é uma passagem do Tempo do Natal para o Tempo Comum, em nossa liturgia.
Jesus foi batizado por João. Os três evangelhos sinóticos e João lembram o fato (Mt 3,13-17; Mc 1,9-11; Lc 3,21-22; Jo 1,29-34; 3,22-30). O batismo de João fazia parte de um movimento de preparação do povo para a conversão e salvação. Era um rito de purificação e perdão dos pecados e penitência. Neste sentido, Jesus não precisava ser batizado, pois não possuía nenhum pecado, mas fez questão desta experiência.
A cena do batismo revela a pessoa de Jesus e o sentido da sua missão. Ele é o Messias, o Filho de Deus amado. Jesus sabe-se apossado pelo Espírito por ocasião do seu batismo. Tornou-se mensageiro de Deus, fazendo aí a experiência de sua vocação. A sua autoridade repousa sobre o que aconteceu através de João (Mc 11,27-33).
A “pomba” lembra a pomba do dilúvio, sinal do mundo novo de reconciliação e paz. Jesus comunica o Espírito para reconciliar o mundo e trazer a paz. Ou pode ser o símbolo da Comunidade da Aliança, que se reúne pela mensagem e pelo Espírito que Jesus comunica. A vida divina se concentra em Jesus.
O Pai proclama que Jesus é o Filho amado. Ele recebeu o dom do Espírito Santo e foi proclamado como o Messias, o ungido para realizar a missão do servo. Depois da consagração, pode realizar a salvação e anunciar o Reino. O Pai se alegra com a sua obediência.
O Batismo é uma data importante em nossa vida, para se recordar e celebrar.
O Catecismo da Igreja Católica apresenta este sacramento como “o fundamento de toda a vida cristã”, “a porta que dá acesso aos demais sacramentos” (CIgC, 1213). É a base que sustenta todos os ministérios. Todas as vocações nascem da vocação batismal.
No Batismo recebemos a remissão dos pecados, “nos tornamos membros de Cristo”; “somos incorporados à Igreja” e feitos participante da missão do Senhor (Idem, 1213).
Fomos batizados: em nome do Pai criador do céu e da terra, que sustenta e mantém a nossa vida; em nome do Filho Jesus, pelo qual a humanidade é salva em corpo e alma; em nome do Espírito Santo, que habita em nós.
Em oração e com os olhos da imaginação, é bom recordar a data feliz do nosso batismo: vendo a Igreja, a pia batismal, as pessoas que lá estavam, nossos pais e padrinhos, o ministro do sacramento. Vendo o padre realizando o gesto sacramental do batismo, derramando água em nossa cabeça. Ouvindo as palavras: “Eu te batizo em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo”. É bom cada um deixar-se banhar pela gratuidade de Deus, por seu amor sem explicações, pela alegria do Pai, pelo ânimo e solidariedade do Filho e pela unção do Espírito.
Fomos chamados à vida por obra de Deus. Fomos batizados por sua misericórdia. Ele nos ama incondicionalmente, com um amor gratuito. Por isso, podemos aceitar e acolher a nossa história sem medo, pois tudo está em suas mãos.
Dom Paulo Roberto Beloto,Bispo Diocesano.
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