“Pelo mistério desta água e deste vinho possamos participar da divindade do vosso Filho, que se dignou assumir a nossa humanidade.”
Durante a celebração da Santa Missa, no momento em que o sacerdote derrama um pouco de água no cálice com vinho, ele reza em silêncio a seguinte fórmula: “Pelo mistério desta água e deste vinho possamos participar da divindade do vosso Filho, que se dignou assumir a nossa humanidade”.
É um rito simples, mas tem um grande significado, haja vista sua relação com Cristo e com a Igreja, ou seja, com Cristo e com a nossa humanidade. Isso nos leva a contemplar que Jesus Cristo é verdadeiro Deus e verdadeiro homem; jamais nos cansaremos de afirmar essa realidade, pois é o fundamento da fé cristã.
Podemos fazer um paralelo desse rito da água e do vinho na celebração da Santa Missa com o primeiro milagre realizado por Jesus, transformando água em vinho nas bodas de Caná (cf. Jo 2,1-12). Consideramos que Jesus não está alheio às nossas necessidades, mas entende e participa plenamente de nossa humanidade. Para ilustrar isso podemos citar um trecho de uma homilia de São João Paulo II: “Eis que a água, nossa bebida mais comum, ganha pela ação de Cristo um novo caráter: torna-se vinho, portanto uma bebida, de certa forma, mais valiosa. O sentido desse símbolo – da água e do vinho – encontra a sua expressão na Santa Missa. Durante o ofertório, unindo um pouco de água ao vinho, pedimos a Deus por intermédio de Cristo participar da sua vida no sacrifício eucarístico” (São João Paulo II, homilia na Catedral de São Sebastião, Rio de Janeiro (RJ), em 4/10/1997).
A água e o vinho misturados nos mostram que a Santa Missa é um sacrifício de Cristo e da Igreja, é um memorial da paixão e da ressurreição do Senhor.
Santo sacrifício, porque atualiza o único sacrifício de Cristo Salvador e inclui a oferenda da Igreja; ou também santo sacrifício da Missa, sacrifício de louvor, sacrifício espiritual, sacrifício puro e santo, pois realiza e supera todos os sacrifícios da antiga aliança (cf. Catecismo da Igreja Católica, 1.330).
“A Eucaristia é também o sacrifício da Igreja. A Igreja, que é o corpo de Cristo, participa da oferta de sua cabeça. Com Cristo, ela mesma é oferecida inteira. Ela se une à sua intercessão junto ao Pai por todos os homens. Na Eucaristia, o sacrifício de Cristo se torna também o sacrifício dos membros de seu corpo. A vida dos fiéis, seu louvor, seu sofrimento, sua oração, seu trabalho são unidos aos de Cristo e à sua oferenda total e adquirem assim um valor novo. O sacrifício de Cristo, presente sobre o altar, dá a todas as gerações de cristãos a possibilidade de estarem unidos à sua oferta.” (Catecismo da Igreja Católica, 1.368)
Assim, que essa união da água ao vinho nos leve a unir nossa vida à vida de Cristo, transformando-nos, para que possamos viver por Cristo, com Cristo e em Cristo.
Fontes consultadas:
Missal Romano: em veritatis.com.br, consultado em 10/6/2018.
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